sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Notícia boa: Antigo quartel do Parque D. Pedro II será restaurado

Foto: José Luiz da Conceição. Site do Governo do Estado de SP


O governador Geraldo Alckmin anunciou nesta quarta-feira 18, o projeto de recuperação do Quartel do Parque Dom Pedro II, região central da capital. O local será transformado em um grande complexo cultural com cerca de 15 mil m², abrigando o Museu Histórico da Polícia Militar e uma Fábrica de Cultura. A reforma faz parte dos planos do Estado de criar um circuito cultural no bairro.

"Está é uma região importante de São Paulo, no Parque D. Pedro. É próxima do Catavento, que é um dos museus mais visitados da cidade, próxima também de onde nós teremos o Museu da História de São Paulo. A proposta é recuperar toda essa área. Agora em abril teremos a abertura da licitação para o projeto executivo e até o final do ano todo o projeto pronto. Em janeiro de 2013, licitamos a obra e esperamos entre 18 e 20 meses ter tudo concluído", afirmou o governador.

O projeto de recuperação do Quartel será realizado conjuntamente pelas Secretarias de Segurança Pública - proprietária do imóvel - e da Cultura, responsável por orientar e acompanhar a elaboração dos projetos e a implantação do museu e da Fábrica de Cultura. Além do Museu Catavento, que já funciona na região, o Governo está construindo o Museu de História de São Paulo na antiga Casa das Retortas. Os três empreendimentos somam quase 70 mil m² inteiramente dedicados à cultura e ao lazer no Parque Dom Pedro II e no bairro do Glicério.

Os serviços preliminares de levantamento cadastral, sondagem e topografia, pesquisa de solo contaminado e prospecção arqueológica serão desenvolvidos até abril deste ano; já a contratação dos projetos básico e executivo está prevista para maio, após conclusão de processo licitatório. O prazo seguinte é obter as autorizações legais, inclusive dos órgãos de tombamento (Condephaat e Conpresp). A expectativa é ter o processo concluído até o final deste ano para realizar a licitação da etapa de obras de restauro e adequação dos espaços, prevista para durar dezoito meses, com prazo de conclusão indicado para setembro de 2014. O Governo estima investir R$ 49 milhões considerando projetos, obra de restauro e implantação do museu e da Fábrica de Cultura.

Histórico do complexo arquitetônico

Instalado numa área historicamente importante de São Paulo, próximo ao primeiro núcleo urbano da cidade, no Pátio do Colégio, o conjunto edificado do Quartel do Parque Dom Pedro II, também conhecido como Quartel da Tabatinguera, encontra-se circundado por vários outros marcos tradicionais requalificados ou em pleno processo de recuperação, como o Palácio das Indústrias, que abriga o Museu Catavento, a Casa das Retortas - sede do futuro Museu da História do Estado de SP -, e o Mercado Municipal.

A primeira planta desse terreno data de 1765, quando existia no local a chamada Chácara do Fonseca, período em que foi construído o primeiro corpo da edificação principal, em taipa de pilão, tabique e pau-a-pique. Ao longo das décadas, o edifício principal ganhou novos corpos laterais, em diferentes técnicas construtivas, para permitir os novos usos que foram dados à construção: Convento das Irmãs Duarte (1852), Seminário de Educandos (1860), Seminário de Educandas (1861) e Hospício dos Alienados (entre 1862 e 1905), no qual morreu o poeta Paulo Eiró (1871). A partir de 1905, a edificação foi adaptada para receber o quartel e o almoxarifado da Força Pública. Pertenceu, então, ao Exército e abrigou o 2º Batalhão de Guardas até 1992, quando foi transferido para a Polícia Militar de São Paulo.

Tombado pelo Condephaat desde 1981, o espaço agora ganha função cultural ao sediar o Museu Histórico da Polícia Militar, com documentos, veículos e objetos históricos, além de recursos interativos que apresentam a trajetória da corporação no Estado Para garantir a defesa da vida, da integridade física e da dignidade da pessoa humana. Trata-se de um grande empreendimento cultural que soma a valorização do patrimônio, o conhecimento e a reflexão crítica da história e o incentivo à realização de diversas atividades culturais para propagar a cultura da paz e como estratégia de segurança pública.

É por isso que a proposta agrega ao Museu Histórico a Fábrica de Cultura do Glicério, que oferecerá gratuitamente cursos e oficinas de formação artística para jovens e atividades de difusão (cinema, teatro, apresentações musicais) para toda a comunidade. O local terá, ainda, uma biblioteca, uma cafeteria e um auditório multiuso.

A unidade Glicério seguirá a mesma proposta das outras nove Fábricas de Cultura que estão sendo implantadas pela Secretaria de Estado da Cultura em bairros da periferia de São Paulo - três já estão funcionando, em Vila Curuçá, Sapopemba e Itaim Paulista.
O projeto de recuperação do Quartel do Parque Dom Pedro II e construção da Fábrica de Cultura inclui a realização de estudo de impacto focado nas questões de mobilidade, acessibilidade, iluminação, segurança e arborização. O objetivo é garantir que o novo equipamento cultural seja integrado harmonicamente à região, não cause problemas ao trânsito e contribua para a inclusão cultural e a circulação entre os diversos espaços culturais do circuito Parque dom Pedro II.

A iniciativa segue experiências de sucesso realizadas pelo Governo do Estado de São Paulo na recuperação de prédios antigos e sua ocupação com atividades culturais. A instalação da Sala São Paulo na estação Júlio Prestes; Memorial da Resistência e Estação Pinacoteca no antigo prédio do DEOPS; o Museu da Língua Portuguesa na Estação Luz; e o Museu Catavento, no Palácio das Indústrias também no Parque Dom Pedro, são exemplos desta política que visa ao mesmo tempo preservar o patrimônio histórico paulista e ampliar o acesso da população à cultura.

4 comentários:

Hélio Bertolucci Jr. disse...

Doralice Araújo deixou um novo comentário sobre a sua postagem "Notícia boa: Antigo quartel do Parque D. Pedro II ...":

Gosto muito quando você compartilha uma boa notícia, Hélio, mas diante das más e preocupantes, a união faz a força. Divulgar e ampliar informações sobre os cuidados ou negligências com as antigas construções é uma obrigação do leitor atento e compromissado com as questões coletivas.

Hélio Bertolucci Jr. disse...

Deu um "tilt" na publicação do seu comentário, Doralice.
A gente tem que botar em prática nossa cidadania, quando é para criticar a gente critica, mas quando é para elogia, a gente elogia (rs).

Obrigado sempre por seus comentários tão carinhosos. Abs,

ernani-fotografias disse...

Até que enfim resolveram tomar alguma atitude e reformar o Quartel do Parque Dom Pedro II.
Uma ocasião já foi invadido, e, de imediato desocupado por forças do exército.
Muitos prédios aqui na capital deveriam passar por reformas, inclusive prédios que serviram de fábricas. - Jamais deveriam ser demolidas e no local construirem torres com mais de vinte trinta andares. Isso está acabando com a cidade.

Hélio Bertolucci Jr. disse...

Ernani,

Demorou bastante para tomarem esta decisão! Perigavas perdemos este pedaço da história.

Ontem (23/02) me perdi na baixada do Glicério e reparei que existem muitas construções antigas.